14 junho 2005

Espelhos, Câmara-escura e convívio

A sessão de hoje voltou a animar. Aliás logo que cheguei, passavam apenas uns 10 minutos das seis e quando pensava ter alguns minutos para acertar os últimos pormenores com a Ana eis que os miúdos que já estavam a brincar cá fora me seguiram de imediato até à sala onde costumamos trabalhar. No início existem sempre mais miúdos do que aqueles que acabam por ficar . Espero um dia conquistá-los, mas por agora o clube disputa o espaço com os treinos de basquetebol da junta de freguesia. Por isso, o Amílcar, o Pedro, a Gabriela, o Fábio e o Diogo acabaram por sair antes das sete para irem para o basquetebol. Percebe-se que por agora estão ali apenas a fazer tempo (como diz a Ana) e não ainda com muito interesse no clube mas também já não ficam lá fora indiferentes ao que se está a passar. O Pedro referiu a determinada altura que só queriam “assistir”. Esta circunstância, por um lado de só quererem assistir e por outro o só ficarem durante meia hora levou-me a ponderar preparar uma actividade inicial de abertura da sessão que permita ser realizada num formato mais de demonstração feita por mim ou por um deles e que ao mesmo tempo permita levantar questões e alimentar alguma discussão tentando que todos eles participem e sejam envolvidos. Talvez isto possa ser o início da conquista! Acabaram por ficar mais tempo o Luís, o Ricardo, o Jorge, o Vasco, as gémeas (Luísa e Teresa) e também a Danila (que conheci hoje, é de Moçambique e está em Portugal apenas há um ano). A Danila teve um comportamento engraçado pois durante a maior parte do tempo esteve em amena cavaqueira com o Luís. Tratava-se de pôr a conversa em dia e, aparentemente, não tinha grande interesse nas actividades. No entanto sempre que se focava uma determinada observação ou acontecia alguma coisa engraçada lá vinha ela juntar-se ao grupo para também observar. Já próximo do final da sessão apareceram o André e a Márcia que eu já conhecia mas de outro contexto, o piquenique. Com todos mais calmos, a sessão acabou por ser bastante produtiva. Permitiu-nos construir uma câmara –escura [1] (usando uma caixa dos sapatos trazida pelo Ricardo) e observar e descrever as características da imagem da chama de uma vela projectada na face da caixa que tinha o papel vegetal. Neste vídeo têm uma outra versão de construção de uma câmara escura http://www.cvtv.pt/junior/index.asp?id_video=160&id_tag=17 Fizemos ainda uma outra actividade sobre óptica e que foi aprender como são as imagens obtidas num espelho plano [2] Já no final da sessão ainda tivemos tempo para nos dedicarmos a investigar se o ar tem peso que já vinha da sessão anterior. Nesta altura a Márcia e o André já tinham chegado e o André foi peremptório em afirmar que não que o ar não tinha peso pois nós não o sentíamos. Foi com grande espanto que verificou que a nossa balança rudimentar se desequilibrava quando se colocava ar num dos balões[3]. O André frequenta o 5º ano de escolaridade. Ainda houve tempo para o Jorge demonstrar a actividade “a pressão hidrostática” para o André e para a Márcia e logo a seguir terminámos a sessão. Acho que o título do post acaba por não ter muito a ver com o que acabei de escrever. Quando o decidi estava a pensar na amena cavaqueira entre o Luís e a Danila e acho que o vou deixar ficar porque acaba por fazer sentido, se calhar não tanto para este texto em particular, mas para uma das facetas do clube. [1] Actividade adaptada de: Cruz, N., Martins, I. P. e Martins, A. (1988). À descoberta da física – 9º ano, (2ª ed.). Lisboa: Porto editora [2] Idem [3] Para perceber completamente deve consultar a proposta de actividade em Mandell, M. (1997). Experiências simples sobre o clima com materiais disponíveis. Venda Nova: Bertrand Editora.

1 comentário:

Anónimo disse...

ler todo o blog, muito bom