30 novembro 2005

A Exposição "À luz de Einstein" na Gulbenkian

Ainda não escrevi nada sobre a visita à exposição "À luz de Einstein, 1905-2005" na Gulbenkian que se realizou no sábado passado como tinha anunciado no post anterior. Aqui ficam alguns comentários sobre a forma como a vi. A exposição tinha algumas coisas interessantes mas não estava preparada para miúdos desta faixa etária (11 aos 13 anos). Penso mesmo que não está preparada para o público em geral, o que me parece que seria o principal objectivo para uma exposição naquele espaço. Estamos na época da imagem e parece-me que a informação disponível e as propostas de actividades tinham demasiado texto que não era rápido e fácil de assimilar por estes miúdos. Por outro lado, nas propostas preparadas para serem interactivas faltava, às vezes, alguma clareza e inclusivé algumas legendas com a identificação de equipamentos incluídos nas montagens que não eram fáceis de identificar por quem não conhece. Uma outra questão que não estava clara é a de saber o que é interactivo e o que não o é. Numa exposição que tem uma parte interactiva mas outras coisas que o não são era bom ter claro o que é e o que não é interactivo para não se ser apanhado a mexer em coisas onde afinal não se pode mexer, principalmente quando se fala de miúdos. Só apenas mais um aspecto sobre a exposição. Apesar de perceber a abordagem histórica e por isso a sala introdutória, se calhar não começaria por aqui. Parece-me que seria mais fácil agarrar adolescentes pelas coisas mais recentes e por isso mais próximas deles, mais tecnológicas, do que pelos aparelhos antigos, claramente de museu. À parte destes comentários a ida à Gulbenkian foi divertida até porque muitos miúdos, apesar de serem de Lisboa, nunca lá tinham ido e só pelo espaço e pelo jardim teria valido a pena. É perceptível tambémque os miúdos "apanharam" alguns aspectos da exposição que ressalta do que escreveram no blog e do que disseram quando interpelados no final da visita e na segunda feira seguinte durante a sessão do clube. Para mim ficou a vontade de lá voltar para ver e usufruir verdadeiramente da exposição. É que desta vez os meus olhos estiveram mais postos sobre os miúdos e a forma como se comportavam do que sobre a exposição propriamente dita.

28 novembro 2005

Rescaldo da visita à Gulbenkian

A sessão de hoje foi passada à volta do computador. Viram-se as fotografias sobre a visita à Gulbenkian e os miúdos escreveram sobre isso no blog deles. Não se assustem com a ortografia. Está um bocadinho má. O curioso é que em alguns casos não se trata de puros erros de ortografia mas percebe-se que escrever com Ks e abreviaturas parece ser uma opção. Alguns deles referiram que escrevem assim por ser na internet. Claro que estão a confundir a internet com o messenger mas esta será uma conversa para outros momentos. O facto de os miúdos que estão presentes numa dada sessão do clube raramente estarem nas sessões seguintes vai impedir-me de esclarecer esta questão de forma rápida e tentar que sejam feitas quanto antes as correcções necessárias.

22 novembro 2005

Faltei ao Clube

Esta semana não consegui ir ao clube e sei que isso não é muito bom. Uma vez por semana já é pouco para criar continuidade não só nas actividades de ciência mas também nas questões afectivas que ali são talvez ainda mais importantes. Aliás acho que anda a faltar qualquer coisa e isso se calhar é a continuidade, o poder estar com os miúdos noutros momentos que não só à segunda feira naquelas duas horas. Mas, por enquanto, esta é a forma possível. Eu andava algo preocupada com a questão da forma de propor as tarefas aos miúdos e isso sei que terá de passar mais por lançar questões e desafios. Já escrevi sobre isso mas agora falta-me passar para a prática. É que como sabemos, nos recursos que consultamos, manuais, sites, livros encontram-se mais as receitas do que os desafios. Esses têm de ser pensados e construídos, não existem, em geral disponíveis nas fontes que usamos. Uma outra questão prende-se com o défice de escrita dos miúdos. Também neste caso a coisa tem de ir aos poucos e a aposta primeira tem que ser na oralidade. Talvez uma boa discussão e um bom questionamento oral possam vir a contribuir para enriquecer os textos que os miúdos escrevem no blog. Bom, no sábado podemos compensar a não existência de sessão do clube com uma ida à exposição sobre Einstein que está na Gulbenkian. É uma exposição interactiva e espero que os miúdos gostem e apreveitem. Se quiserem mais informações sobre esta exposição consultem o site da Fundação Calouste Gulbenkian.

16 novembro 2005

O importante é criar desafios

O importante é criar desafios! Esta tem de ser a forma de trabalhar e de preparar as próximas actividades do clube. De facto já estava a sentir alguma insatisfação com o que estávamos a fazer ou pelo menos com a forma como as actividades estavam a ser colocadas aos miúdos. Eram demasiado passo a passo, quase receita, sem muita margem para imaginar, inventar e criar. A forma tem de ser outra. Mais à base de questões e respostas a desafios mesmo que essas "respostas" sejam novas questões. Acabámos por não construir o electroíman. É que no livro de onde retirámos a proposta de construção havia imagens e uma delas mostrava que o electroíman iria atrair clips, ora isso já nós tínhamos feito mas usando um íman. Uma das miúdas disse logo que aquilo já sabia e por isso não valia a pena fazer. Claro que ela não deu conta das diferenças entre um íman e um electroíman mas isso irei mostrar numa outra oportunidade, se calhar depois de eu construir o enrolamento e questionando as semelhanças e as diferenças entre aquele dispositivo e um íman. Acabámos então por nos divertirmos com os motores, os fios, as lâmpadas e duas pilhas que entretanto o Toni arranjou. E foi giro vê-los a montar circuitos eléctricos simples. Foi também interessante desafiá-los a conseguir acender uma lâmpada usando apenas um fio e uma pilha. Não é uma coisa nada óbvia para miúdos daquela idade e as tentativas foram muitas até alguém conseguir! Como tínhamos motorzinhos, pensámos usá-los para pôr a rodar um disco pintado com as sete cores do arco-íris e ver o que acontecia (em nautilus.fis.uc.pt, existe um exemplo). Construímos um disco em cartolina e recortámos em papel de lustro das várias cores alguns triângulos cada um de sua côr para preencher a área do círculo com as sete cores. Não chegámos a terminar e houve alguém que sugeriu que se pintasse em vez de usar o papel de lustro. Ficou o projecto. Talvez para continuar... A Susana que entretanto estava muito preocupada com a matemática foi escrever no blog um longo texto sobre as suas angústias. Foi giro e ao mesmo tempo assustador. Não vale a pena explicar muito porquê basta ver o texto e ler.

14 novembro 2005

Dicas para a sessão de hoje

Ando a portar-me menos bem com o clube e sem tempo para escrever no blog. Acho que o dia da semana, 2ª feira também não ajuda muito. Hoje vou voltar a recomeçar depois de uma interrupção forçada na semana passada. Tenho um pequeno programa sobre o Teorema de Pitágoras que encontrei no seguinte endereço:http://www.mat.ufrgs.br/~edumatec/atividades/ativ23/pitagoras.html para dar, em particular, à Susana. Vamos também tentar voltar ao electroíman e como irei levar alguns fios, lâmpadas e motores dará para alguma coisa.